Resenha Histórica
A união de freguesias foi constituída em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, pela agregação das antigas freguesias de Montemor-o-Velho e Gatões, sendo a sua sede em MONTEMOR-O-VELHO.
Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro (Reorganização administrativa do território das freguesias). Acedido a 2 de fevereiro de 2013.
MONTEMOR-O-VELHO
Montemor-o-Velho é uma antiga vila cujos vestígios remontam à Pré-história, designadamente ao período Neolítico. Existem referências documentais ao seu castelo desde o século IX. Em 848, Ramiro I das Astúrias passou a dominar o castelo de Montemor, mas a reconquista definitiva do Mondego foi empreendida pelo Rei Fernando Magno de Leão, que entregou o castelo ao Conde Sesnando. Este castelo é bastante bonito de visitar, estando em bom estado de conservação. De lá se desfruta de uma bela vista sobre os arrozais do rio Mondego e restantes terrenos de cultivo.
No lugar da Senhora do desterro foram encontrados vestígios que atestam a presença romana neste local. Algumas destas peças encontram-se expostas no Museu Municipal da Figueira da Foz. Na base da torre de menagem foram utilizados blocos de cantaria encontrados. No Museu Machado de Castro está a lápide de Lúcio Cádio Cela. Foi também encontrada uma lápide de Júpiter. Uma pedra bárbaro-popular atesta a presença dos Visigodos.
Durante o século VIII a península foi ocupada pelos mouros o que originou um período de lutas intensas. Tendo uma situação estratégica e privilegiada na linha do Mondego o castelo de Montemor desempenhou um papel importante. No ano de 878 Coimbra foi tomada por Afonso III o que originou o repovoamento de Montemor. Mas passados poucos anos (990) o castelo é novamente recuperado por Almançor que o dá ao governo de Froila Gonçalves. Os cristãos voltam a conquistar esta terra no reinado de Afonso V para em 1026 voltar a cair nas mãos dos mouros. É com Gonçalo Trastamires que, em 1034, se recupera Montemor para território cristão e se reconquista de forma definitiva a linha do Mondego.
É no ano de 1095 que o governador de Coimbra, D. Raimundo, aproveitando a calmia, concede uma carta de povoação. Mas um novo ataque dos mouros em 1116, destrói o castelo de Santa Olaia pondo em perigo o de Montemor que consegue resistir. Em 1117 o castelo é reedificado. D. Teresa e D. Sancha receberam de seu pai, D. Sancho I, a doação do senhoria de Montemor-o-Velho e em 1212 concederam-lhe foral. D. Afonso III no ano de 1248 confirma o documento. A povoação era pequena durante a Idade Média pois estava limitada pelos muros do castelo e a área que os circundava. Nesse tempo as freguesias existentes eram Santa Maria Madalena, Salvador, Alcáçova, São Martinho e São Miguel.
É neste castelo que se decide por termo à mais bela história de amor da história de Portugal. O rei Afonso IV irá para sempre escurecer o seu reinado com a morte da jovem Inês de Castro, mãe de seus netos bastardos, enamorada por seu filho D. Pedro, futuro rei de Portugal. Foi a 6 de Janeiro de 1355 que reunido o conselho do monarca se decidiu acabar com a vida desta mulher.
O "concelho e termo" de Montemor-o-Velho recebeu foral novo de D. Manuel I em 1516. Neste foral está patente a grande importância económica da região, cuja actividade principal era a agricultura que se fazia nos campos da margem do Mondego. O transporte da produção aqui recolhida era feito de barco para vários pontos do país já que se podia navegar no Mondego. Neste período a vila cresceu muito seguindo a prosperidade económica. Aumentou o seu casario e também se ergueram alguns solares e igrejas. Um dos importantes homens desta terra foi Fernão Mendes Pinto que daqui saiu para Oriente. Aqui morreu e foi a sepultar, na Igreja do Convento dos Anjos, Diogo de Azambuja, destaca-se também Jorge de Montemor, poeta.
Com a elevação a vila da Figueira da Foz o termo de Montemor é reduzido, facto que associado ao assoreamento do rio provocou a decadência da vila, no início do século XVII.
Mas uma nova era de progresso surge com a "revolução do arroz".
O sopé da encosta do castelo acolhe a população nos séculos XIX e XX. E apesar das grandes cheias provocadas pela subida das águas do Mondego, o tempo de paz libertaram os limites do castelo a uma nova povoação. Apenas na década de setenta são controladas as águas do rio que provocavam as cheias, com a regularização do seu caudal.
GATÕES
A povoação é anterior à Nacionalidade e no século XI aparece designada por "Gatones". As suas terras pertenceram à Coroa, aos bispos e freiras de Santa Clara de Coimbra. No século XVIII a referência a Gatões aparece ligada a um conjunto de lugares e apenas no século XX, com a divisão da freguesia de Seixo de Gatões, se forma a actual freguesia de Gatões. Pedro Augusto de Azevedo, por seu turno, afirma que este denominativo é de origem germânica, o que Holder confirma, tratando-se assim de uma povoação anterior a 987. Nos inícios do século XVIII, porém, o lugar de Gatões já não existia, atribuindo-se esta denominação ao conjunto de cinco lugares que, na época, formavam a Freguesia religiosa. Não obstante, não restam dúvidas acerca da existência do antigo lugar de Gatões, com grande importância até, visto que Seixo, para ser conhecido, teve que usar a referência de Gatões.
A freguesia é de fundação recente, uma vez que permaneceu durante bastante tempo ligada a Seixo de Gatões, tendo sido restabelecida em 1936 e fixados os seus limites em 1944. Em termos administrativos, pela publicação do Código Administrativo de 31 de Dezembro de 1936, foi restabelecida a freguesia de Gatões, desmembrada da de Seixo de Gatões. O Diário do Governo de 14 de Dezembro de 1943, por seu turno, definiu a linha de separação das referidas freguesias de Gatões e de Seixo, nestes termos "de Belveia à fonte de Vale Grande, coincidindo com a linha de marcos actualmente existente; desta fonte em diante continuará pelo caminho que se dirige ao cruzamento de caminhos do Casal de Jagaz e depois pelo que deste cruzamento vai para São Jorge, até encontrar a estrada de Montemor ao Seixo; deste ponto segue em linha recta até ao marco de delimitação da freguesia de Liceia".
Deste modo, parte do Arieiro, que pertencia a Gatões, foi incorporado na freguesia do Seixo; em compensação, os lugares de Serrinha e Vale-Grande, que pertenciam a esta, foram atribuídos àquela Freguesia, assim como a parte que lhe competia da Borda da Estrada.
CRIAÇÃO DA FREGUESIA DE GATÕES
A Freguesia de Gatões foi desanexada da Freguesia do Seixo de Gatões a 31 de Dezembro de 1936, tendo o Diário do Governo de 14 de Dezembro de 1944 definido a linha de separação entre as Freguesias.
ORIGEM DO NOME DE GATÕES
De ancestrais origens, no século XI, o topónimo grafava-se por Gatones, palavra que provém do baixo-latim, dizendo-se também que o nome deriva do vocábulo árabe catton, que significa "gato". Teria sido, e confirma-se a asserção, uma povoação onde os gatos proliferavam...
Pedro Augusto de Azevedo, por seu turno, afirma que este denominativo é de origem germânica, o que Holder confirma, tratando-se assim de urna povoação anterior a 987.
Nos inícios do século XVIII, porém, o lugar de Gatões já não existia, atribuindo-se esta denominação ao conjunto de cinco lugares que, na época, formavam a Freguesia religiosa.
Não obstante, não restam dúvidas acerca da existência do antigo lugar de Gatões, com grande importância até, visto que Seixo, para ser conhecido, teve que usar a referência de Gatões.
No séc. XI Gatões chamava-se "Gatones" uma palavra do baixo-latim e a emergir do árabe "Catton" o significante de gatos. No entanto, o arqueólogo português Pedro Augusto de Azevedo, pensa que o dominativo seja de origem germânica e a povoação seja anterior a 987.